quinta-feira, 15 de julho de 2010

Mãe.


Era saudade o que eu sentia. Mas era saudade de alguém que eu sabia que voltaria a ver, e eu sabia que quando eu a encontrasse, tudo o que sentíamos uma pela outra estaria exatamente no mesmo lugar e no mesmo sentido, talvez só em proporções diferentes, proporções cada vez maiores. E não tê-la por perto era pra mim como se todos os dias não tivessem acontecido. Eu poderia estar no meio de milhares de pessoas, e ainda assim ia me sentir sozinha. Poderia passar o dia inteirinho comendo, e mesmo assim um vazio imenso rodearia meu estômago. Eu poderia estar enrolada em dez cobertas macias e peludas, meu coração ia continuar frio e nada que me enrolasse ou me apertasse ia ser igual ao abraço dela. Qualquer piada ou distração não eram o suficiente pra me fazer esquecer o quanto não vê-la todos os dias me doía fundo. Mas eu só precisava de uma carga, como um desses celulares, eu só precisava de uma carga dela pra que tudo voltasse ao normal. É, era pura saudade o que eu sentia.

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